
De acordo com o budismo tibetano, a reencarnação ocorre para todos os seres vivos. Quando uma criança é reconhecida como a reencarnação de um lama (professor), recebe o título de Tulku, em tibetano, ou Rinpoche, em sânscrito.
No início de agosto de 2014, na região isolada de Kham, no Tibete, um menino de sete anos sentou-se no trono pela primeira vez em frente a de 100.000 discípulos, que o reconheceram como a reencarnação de um dos mais extraordinários mestres budistas tibetanos do nosso tempo, Denma Gonsar Rinpoche. Silencioso e com uma determinação que não é comum para uma criança de sua idade, ele distribuiu suas primeiras bênçãos: um ritual que se repetirá até o final de sua vida.
O festival, que envolveu a cerimônia de entronização, reuniu famílias de diferentes partes do território tibetano. A cultura tibetana é parcialmente nômade e em grande parte baseada em recursos agrícolas. Os peregrinos viajaram com suas famílias por muitos dias até o monastério. Montaram suas tendas e celebraram com orações, bênçãos, danças, música e festividades típicas da cultura tibetana. É interessante notar que enquanto valores antigos são preservados, os smartphones e carros modernos já fazem parte desta nova era na história do Tibete.
A celebração trouxe uma oportunidade para centenas de pessoas expressarem seus valores espirituais e sua esperança de que no futuro, a reencarnação do jovem Denma Gonsar Rimpoche irá deixar um legado ainda maior do que o de sua vida passada.