
Quem se aprofundar nas ideias e contextos por trás do nome desta exibição, observará que são muitas as interpretações possíveis, mas duas delas são aqui adequadas. A da Filosofia Hindu, que usa o termo para tratar da nossa Dimensão Cósmica, o Éter ou Energia Universal. E, a da Psicanálise, que compreende AKASHA como o espaço sutil, onde estão armazenados todos os conhecimentos e feitos humanos e que corresponde ao que Carl Jung chamou de INCONSCIENTE COLETIVO.
Há muitos princípios que se enredam na ideia de ‘AKASHA – Rede de Olhares’. Não há como separar a qualidade de um OLHAR, que vem se preparando de várias maneiras para oferecer algo mais que um registro de época, coisa ou lugar, do processo que mobiliza hoje a humanidade de boa vontade em busca por um mundo melhor. É um OLHAR de quem viaja com o coração nas mãos, buscando entender e estimular a FELICIDADE do Outro, o OLHAR de quem atravessa os limites da Beleza Estética através dos ‘Portais da Percepção’ da Ética, solidária, cooperativa, o OLHAR que percebe a essência do Outro.
Este conjunto de instantes captados por Fernanda, resultado de afetuosas imersões na África (povo massaai e as ameaçadas reservas de elefantes, na Tanzânia), Brasil (povo krahó, no Tocantins) e no Tibete (o cotidiano do povo, a entronização de um menino lama e os portais tibetanos), foram selecionados em dedicado processo de edição e diálogos silenciosos ao longo de encontros onde, vale dizer, impressionaram a disposição e aplicação da fotógrafa em busca dessa REDE DE OLHARES.
As sintonias universais de Fernanda Lenz apontam para uma afinidade de OLHARES, mas também de saberes, um OLHAR NOVO na Fotografia Contemporânea e, também por isso, um OLHAR ESSENCIAL.
Paulo KLEIN
Crítico e curador Artes Visuais
(APCA - ABCA - AICA)
29 Novembro 2016